sábado, 16 de novembro de 2013

Continuação II - Ratos

Ah, naquela época daquele post "Ratos em Sydney", eles ainda estavam nas ruas. Acontece que lá pras tantas eles resolveram entrar no nosso condomínio e depois dentro do nosso apartamento, e aí a porca torceu o rabo.

Tenho pavor de ratos, mas ainda bem que meu marido não tem. 


Ratinho bonitinho...
Começou assim: ouvimos um barulhinho numa viga que tem em cima da porta do nosso quarto. Ora, que diabos era aquilo? Parecia um pinto espezinhando uma caixa de papelão, muito esquisito. Imaginamos que podia ser um passarinho preso na parede, porque as paredes das casas na Austrália são ôcas então aquela viga não era de verdade, era ôca também. As paredes aqui são feitas de gesso sobre estruturas de madeira. 

Um dia meu filho estava aqui em casa quando nos disse que a parede lá em cima estava "respirando". Então ele nos levou lá para nos mostrar. A parede realmente fazia movimentos como os de uns pulmões. Acontece que estava ventando muito lá fora naquele dia, e por alguma razão, o vento entrava por dentro da parede provavelmente vindo lá do telhado. Grande parte das casas daqui é de tijolo embaixo, e madeira no primeiro andar. Pois bem, esse apartamento também é assim, de cimento armado embaixo, e tabicas de pau em cima, e isso separando os apartamentos uns dos outros.

Voltando ao rato, o barulho passou. Pouco tempo depois meu marido estava em casa sozinho quando pensou ter visto alguma coisa correndo na sala pelo canto do olho. Intrigado, ele levantou-se e ficou na espreita. Pois não é que um ratinho estilo "catita" saiu de trás da geladeira em direção ao banheiro, que, quando viu meu marido olhando, se escondeu atrás do pratinho do cachorro e botou um focinhozinho de fora? Meu marido não sabia o que fazer, sem prática com estas coisas, e enquanto foi tentar achar uma vassoura, o danadinho sumiu. Não sabemos o que aconteceu com ele, mas então entendemos que aquilo do dia anterior não tinha sido passarinho coisa nenhuma.

Ah, denúncia vai, denúncia vem, acabamos brigando com o cara da imobiliária que ficou todo embananado pra explicar a invasão. Havíamos descoberto dois buracos por onde eles podiam sair da parede e entrar no apartamento, um dentro do armário da cozinha, embaixo, por onde entravam os canos de água quente, e o outro em cima do armário da cozinha perto de uma destas vigas ôcas. Ele então tapou os dois buracos com madeira que ele mesmo recortou. 

Pouco tempo depois meu marido pensa que vê algo correndo pela sala de novo.

Foi outro auê pedindo providências à imobiliária que não se saiu com nenhuma solução. O jeito foi pagar uma detetização para colocar armadilhas para os eventuais ratos invasores da nossa privacidade. A explicação de que a invasão de ratos no condomínio se devia aos serviços sendo feitos na nova linha do trem sendo reativada nas imediações não nos convenceu. O dedetizador falou que era obrigação do condomínio dar um jeito na garagem, por onde eles provavelmente estavam entrando nos apartamentos por dentro das paredes.


Olho no olho do rato
Estes não devem ser os mesmos ratos do meu post "Ratos em Sydney", se bem que também tem os focinhos finos e são bem pequenininhos. Raça Bandicoot ou não, não me interessa, são ratos do mesmo jeito. Que vão proteger a mãe deles.

No meu post anterior, falei que ratos gostam de roer fios. Ah, é, né?

Pois, de repente, antes da infestação, o telefone residencial pára de funcionar. Reclamação para a imobiliária de novo. Não, tenho que ligar pra companhia telefônica. Eles vieram em alguns dias e consertaram, e quando ligaram para meu marido dar o "feedback" (resposta) na pesquisa deles sobre satisfação de atendimento, ele aproveitou para perguntar o que aconteceu. Eles então disseram que os fios haviam "se estragado" e foram substituídos. Não foram roídos? Não. Ora, eles podem muito bem terem sido roídos pelos ratos, mas dificilmente eles iriam dizer tal coisa, porque no mínimo significaria que as propriedades na redondeza poderiam sofrer algum abalo nos preços delas se as pessoas descobrissem que os ratos causavam danos por ali.

E assim é a Austrália. Muitas coisas são escondidas para proteger os valores financeiros das coisas. O que pode lhe levar a fazer maus negócios se você mesmo não se informar sobre as coisas, justamente como nós vivemos no Brasil onde só se pode confiar em quem se conhece ou é recomendado por amigos.

Aposto que vocês nem sonhavam que em Sydney, Austrália, também era assim. Pois é, minha gente. Amem o Brasil.

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