sábado, 22 de outubro de 2011

Brasil, zil, zil...

No meu primeiro post de apresentação eu prometi que ia falar do Brasil, de como ele tem entrado para o cenário mundial nestes 12 anos em que estivemos fora daí.

Então, outro dia mesmo vi o Brasil na TV australiana de novo, que agora já virou rotina. Desta vez foi no noticiário econômico! Ora, com o mundo inteiro indo pras cucuias, o Brasil desponta também neste cenário. Uma outra pequena reportagem televisionada mostrou Lula recebendo uma comenda de honoris causa na França, tendo sido ele o primeiro latino americano a recebê-la em toda a sua história de 140 anos que só premiou 16 pessoas. Quer dizer, até na Austrália sai Lula recebendo mesuras internacionais, mas mal saiu na TV Globo, apenas numa pequena reportagem de 17 segundos, e também não saiu nada na Folha de São Paulo, não é interessante?

Campanha do orgulho nacional

Quer dizer, agora Brasil está em todas. Até pelo menos dois anos atrás, quando víamos uma reportagem sobre o Brasil na revista inglêsa “The Economist”, ou em outras revistas, ou até nos jornais australianos, comprávamos o exemplar, escaneávamos a reportagem, traduzíamos o texto e enviávamos para nossos amigos e parentes via email, tal era o orgulho de ver nossa pátria sendo citada na imprensa mundial de alto nível. Uma amiga minha até recortava do jornal diário Canberra Times e guardava as reportagens para mim quando eu fosse vê-la.

Agora não fazemos mais isso porque toda semana o “The Economist” tem reportagem sobre o Brasil, e por vezes, mais de uma, e além disso já ficou tão comum que tornou-se impraticável. Já compramos exemplares especiais de outras revistas só sobre o Brasil, em Inglês, e a última revista que compramos foi recentemente, norte-americana.

A capa famosa da revista The Economist

Em comparação com quando viemos para cá até uns 5 anos atrás, naquela época procurávamos tudo sobre o Brasil em toda parte e não conseguíamos ver em lugar nenhum. Parecia que os australianos (ou o mundo) faziam de propósito ao ignorá-lo.

Com a mudan
ça de governo para a oposição (esquerda), primeiro valorizaram o presidente logo por ter sido uma vitória da democracia mundial, do voto popular e pelo Brasil ter um real representante das classes exploradas nacionais. Segundo, foram ficando de olho nas medidas que ele foi tomando, e como viram que o país começava a se sanear e a crescer, começaram a propagar com alegria a entrada de uma futura potência no cenário mundial, algo que todo mundo sempre soube que poderia ocorrer, mas enquanto houvesse mais corrupção política, ele não saia do berço esplêndido.

Novo mapa mundi 2012
O resultado está aí. Eu sei que é muito difícil para muita gente reconhecer e ter que engolir, mas a verdade é que, no cenário mundial, o Brasil mudou muito. Muita coisa agora é divulgada internacionalmente, os milhares de projetos para reduzir as diferenças sociais vergonhosas, e o sucesso deles. O Brasil virou um exemplo em muitas áreas.

E agora com a primeira presidenta na história do país, foi que ele entrou de sola mesmo.

A coroação maior tem sido a conquista da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas, mas isso é só o começo. O Brasil vai mostrar a que veio, e já tem projetos extraordinários em execução que nenhum país será capaz de batê-lo. Isso porque o brasileiro é criativo, e agora está com a bola toda, estão deixando eles criarem, e também adora aparecer e mostrar ao mundo do que é capaz, verdadeiro exibicionista, e cheio de alegria para dar e vender. O mundo precisa disso. Apesar de certas elites nacionais.

O Brasil está na capa do jornal “The Guardian” da primeira semana deste mês de outubro de 2011 por causa da reunião do “Earth EcoSummit” das Nações Unidas, a mesma que aconteceu em 1992 no Rio de Janeiro e que acontecerá de novo em 2012, prometendo o mesmo sucesso da anterior, ou sucesso muito maior.

Tá na hora de mudar este mundo carrancudo e mostrar como é que se faz para viver-se feliz, sem suicídios nem guerras, dando o exemplo dos brasileiros, de como viver-se feliz.  Como Eike Batista disse em recente entrevista a um jornal norte-americano, se depender do Brasil, não haverá guerras, mas choppinhos e carnaval.

Casamentos

E não é que estas mulheres australianas, tão liberadas, ainda casam de branco com véu e grinalda, como se fossem cristãs? A Austrália é basicamente atéia, mas apregoa-se que é cristã. Pasmem. Pior ainda, elas fazem questão de trocar o sobrenome para o do marido. Claro que a vida de todo mundo vira um inferno por causa dos casamentos sequenciais, mas elas não estão nem aí. Deve ser charme usar um sobrenome, descartar, usar outro, e por aí vai… usa e descarta sobrenome como usa e descarta homem.

Os casamentos das australianas nos parecem outro programa de índio. Veja só, é comum a gente ver carrões clássicos, limusines ou carros esportes chamativos com duas fitas brancas amarradas do centro do capô até os lados do pára-brisas denotando que tem casamento por ali. O que parece um cortejo fúnebre com o carro de defunto liderando um ou dois carros atrás, levando o casal de pombinhos. Tem gente que restaura carros antigos só para viver de alugá-los pra casamentos e festas de formatura de estudantes secundários. No caso dos casamentos, é comum você estar visitando lugares de turistas e lá estarem um ou vários casais com alguns padrinhos tirando fotos e mais fotos com fotógrafos profissionais, os carros estacionados mais adiante com os choffeurs esperando. 

Fotos em pontos turísticos (modernweddingblog.com)
Em todo canto você vê essa cena, muito esquisita para nós. Uma vez fomos levar parentes em visita ao porto de Sydney, embaixo da ponte Harbour Bridge, que é um lugar muito pitoresco, porém mais pitoresco ainda foram várias noivas ao mesmo tempo, inclusive uma vestida de vermelho parecendo do tempo dos reis e rainhas medievais, com duas ou três limusines estacionadas uma atrás da outra. Aquilo foi mais interessante para os visitantes do que propriamente a paisagem de Sydney. Bizarro.

Simples Rolls Royce branco com chauffeurs
Imagina você casando e saindo pelo meio da cidade, estacionando e tirando fotos nos pontos turísticos, enrolada naquele vestido caríssimo, arrastando pelas calçadas públicas cheias de cuspe, imagina a cena. Para quem não sabe, caso os australianos possam traduzir meus escritos aqui, no Brasil as pessoas casam geralmente na igreja onde tem bastante lugar pra sentar e uma grande recepção num salão, que pode também ser em suas casas ou buffets chiques e próprios para receber muitas pessoas, então ninguém tem tempo pra sair por aí tirando fotos pitorescas da cidade, que isso fica pra lua-de-mel, deixando seus amigos e familiares com cara de tacho lá na sua recepção, olhando uns pras caras dos outros sem o casal lá. 


Casamento no Zoo
As fotos são tiradas ali mesmo, na igreja ou na recepção. Imagina a corte de amigos e parentes, mais de 100 pessoas indo atrás da noiva, (porque se fosse no Brasil, ninguém ia deixar barato), estacionando dezenas de carros (seria melhor fretar três ônibus) e tirando fotos com o casal no meio dos pontos turísticos da cidade. Nem índio aceitaria este programa...

Casamento no Jardim Botânico

Mas é que as pessoas aqui são solitárias, tem famílias pequenas, e como se não bastasse, são muito econômicas nos convites só para alguns gatos pingados exclusivos, muito chatos que eles são, então um meio de espichar o casamento é sair por aí, desfilando de limusine pela cidade, mesmo que ninguém possa ver você com aqueles vidros pretos. As fotos vão ser inesquecíveis. Difícil falar pois nunca fui num casamento por aqui, mas sei que quase não existem igrejas, e vemos o tempo inteiro estes programas de índio na Austrália inteira, o ano inteiro, faça chuva, faça sol. 

Casamento no "bush" (mato)
Não sei nem porque as pessoas aqui ainda casam porque é um tal de casa-separa, casa-separa. Mas sei que eles adoram casar em taperas, barracos tombados pelo patrimônio histórico, sendo que aqui na Austrália isso significa armazéns onde trabalhadores braçais tiravam a lã dos carneiros no passado, grandes barracos de ferro e lata enferrujada com bancos toscos e repletos das famosas moscas australianas, enormes, que adoram perfume e grudam nas suas costas literalmente. 

Ia esquecendo de falar que tem loja de vestidos de noiva, de confeitar bolos de casamento, de providenciar recepções, em quase toda esquina aqui em Sydney, além de uma dezena de revistas grossas nas bancas sobre noivas, isto sem falar no grande número de websites que incluem fotógrafos especialistas mostrando fotos deslumbrantes, inclusive casamentos reunindo muita gente, mas isto e para pessoas ricas e famosas apenas.


Padrinho de casamento é chamado de “melhor homem” (“best man”) e dama-de-honra é chamada de “empregada da noiva” (“bride maid”).

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Gregos e Troianos

Não se pode agradar a gregos e troianos, mas pelo menos aos gregos eu ando agradando!

Aqui vai mais uma estória das muitas que tem acontecido comigo em Sydney nestes 7 meses apenas em que estou morando por aqui. Bom, para começar, moro num bairro aonde está concentrado o maior número de gregos de Sydney, e como muito de nós sabemos, os homens gregos são, talvez, iguais ou mais fogosos do que os brasileiros.

Hércules grego
E não é que o dono da doceria, um senhor grego muito simpático que conheci numa loja especializada em doces gregos, simpatizou muito comigo desde a primeira vez que me viu? E agora, quando vou à sua loja para pegar alguns docinhos, ele sempre quer me dar uma abraço e quando o faz, não quer me soltar. Coitado, tão carente. Eu permito, mas na realidade fico muito embaraçada, até porque a mulher dele anda por perto. De tanto eu ir lá, ele fez amizade e faz tudo pra me agradar. Por vezes ele super-lota meu container de docinhos, cobrando a mesma coisa.

Sua mulher então começou a estranhar, e uma vez em que ele não estava por lá, ela me atendeu, e passou a sondar quem era eu, o que fazia e tal. Até que, depois das primeiras cismas, ela acabou minha amiga também, e até o meu perfume, que ela dizia ser maravilhoso, ela fez questão de saber qual era e comprou também!


Medéa grega de Victor Zubeldia
Mas o marido dela só me abraça quando ela não está, claro. Ele se aproveita, não é? Ah, e porque não? Que mal faz um abraço? Mas as coisas não ficaram só por aí não, o grego tem um monte de amigos que frequentam sua doceria e eles estão sempre por lá bebericando e fofocando, um bando de coroas aposentados os quais já fui apresentada, e hoje, aonde passo aqui no bairro, tem grego querendo me abraçar e bater um papinho.

Até nisso Sydney é muito mais parecida com o Brasil do que Canberra. Aqui eu voltei a fazer sucesso novamente. No momento eu sou o terror do “inner-west”, é assim que se chama aonde o nosso bairro está situado. Por onde passo, atraio diversos olhares dos senhores gregos, respeitáveis que sabem apreciar o que é bom. Não se trata propriamente das propriedades físicas, trata-se da minha famosa simpatia que agrada a todos. Menos ao povo de Canberra.

Deusa grega, mas não sou eu...

Uma vez em Sydney, voltei a um habitat mais parecido ao em que fui criada. Aqui as pessoas me notam. Mas não são só os senhores maduros gregos ou os coroas donos de Ferraris, são todas as pessoas de todas as cores e raças desta cidade. Aqui, poucas pessoas são tão antipáticas como em Canberra. O povo de Canberra é doente, tem uma doença muito feia. E, pasmem, até os australianos de Sydney são diferentes!

Em Canberra, se você cruza com as pessoas na rua, elas fazem que não notam. Se você sobe no ônibus, a mesma coisa. O motorista às vezes dá bom dia, diz tchau, alguns conversam, outros “cantam”, mas o normal é todo mundo fazer como se os outros não existissem.


Coluna Grega
Nem os seus vizinhos olham pra sua cara. É uma doença muito séria. Antes pensávamos que era por causa da tal privacidade, para eles não invadirem a nossa, e nós não invadirmos a deles, mas hoje sabemos que não é só isso, é paranóia mesmo, é medo, é vergonha, é timidez. Eles nunca sabem o que podem fazer ou não, então optam por não fazerem nada.

Então, para a minha sorte, estou sendo bem tratada em todos os lugares de Sydney, desde os consultórios médicos até as lojinhas e pequenos supermercados. Aliás, quanto mais sofisticado o lugar, pior lhe tratam, é inversamente proporcional.


Deusa grega?
O fato é que neste momento eu tenho um regimento de gregos que me adoram, não perdem a chance de falar comigo normalmente, como se fossem brasileiros, e também me respeitam.

Uma vez eu estava em um super mercado e um cara me pediu uma informação. Depois que dei a informação, ele puxou papo e perguntou se eu era brasileira, simplesmente porque me viu usando uma sandália com a bandeira do Brasil. Ele não era brasileiro mas disse que adorava o Brasil, e quando terminamos o papo, ele rapidamente me tacou um beijo no rosto, sem eu nunca ter visto ele mais gordo. 

Parece que as pessoas precisam urgente de um abraço ou um beijo, ao ponto de não se segurarem quando sabem que somos brasileiras e conosco não tem estes problemas irritantes de “não me toque” (“don't touch me”). Vai ver ele já teve contato com outras brasileiras e sabia que não ia ofender com aquilo. Mas, lógico, o cara não sabe que é preciso um pouquinho mais de intimidade pra começar dando beijinhos. Ele pensa que é assim. Okay, não faz mal.

Abraços gratuitos... brincadeirinha!
E por falar em abraços, isto foi o que a minha filha decidiu fazer junto com dois amigos no meio da rua, oferecer “free hugs” (abraços gratuitos). Eles colocaram uma placa na frente da roupa e saíram da escola até o caminho do ônibus, cerca de 2km, distribuindo abraços grátis.

Abraços gratuitos... brincadeirinha também!

Ela e seus amigos então abraçaram muita gente na rua, e ela contando é que foi um sarro. Um negrão americano agarrou-la e apertou muito, todo efusivo. Senhoras e senhores muitas vezes diziam “você salvou meu dia, faz tempo que não abraço ninguém assim”. Outros mudavam de direção, e haviam até aqueles que diziam palavrões, xingando. Os homens adoravam abraçar ela, é claro, mas também abraçavam seus amigos. As mulheres abraçavam muito menos, e que as mulheres daqui tem alguma coisa acontecendo com elas, não são normais.

Deusa greguinha
Vocês devem saber que esta idéia tem sido usada no mundo inteiro. No Brasil, todo mundo já gosta de se abraçar, a não ser em São Paulo, terra de gente neurótica. Ou Brasília, que se acha primeiro mundo, que não faz parte do Brasil.

Mas eu admirei a coragem da minha filha, que sempre foi tão tímida. Está se soltando aqui nesta cidade, minha gente. Espero que tudo dê certo com ela, cruzem os dedos! Ela está amadurecendo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Crianças?

Passe por cima delas.

São tantos os problemas com crianças aqui na Austrália, sem falar sobre o que já me referi em outro post sobre creches, que resolvi escrever outra vez sobre o assunto.

Piá jogando bola
Só na semama passada, duas crianças de apenas 2 anos morreram porque os pais atropelaram elas com seus próprios carros aqui na Austrália. A primeira, foi morta quando a mãe passou a marcha errada no carro e entrou dentro de casa atingindo o filho e o avô da criança. A segunda, que estava brincando de bola na frente de casa com outra criança, foi atropelada quando a mãe deu ré para sair da garagem e pegou ela.

Cor de rosa
Dias atrás saiu na TV sobre duas crianças de 3 e 4 anos, um casal, que saíram de casa pelos fundos, sozinhas, e atravessaram a linha do trem que passa a alguns metros atrás da casa deles exatamente na hora em que o trem ia passando, cujo maquinista (que não era um robô) freiou mas não deu tempo e ambos estão no hospital com ferimentos sérios. As pessoas dentro do trem tiveram que evacuar sem nem sequer saberem o que estava acontecendo. Notícias mais recentes disseram que e menino não resistiu.

E os casos delas sairem sem ninguém ver e serem encontradas a quilômetros de distância? Semanas atrás, uma criança percorreu quilômetros no frio, e por sorte foi encontrada antes que um predator se aproveitasse da situação para lhe dar sumiço de uma vez, depois de fazer aquilo que todo mundo tem mais medo e que ocorre tão frequentemente.

São 18 casos de atropelamento causados pelos próprios pais, resultando em morte envolvendo crianças só este ano na Austrália. Isto sem falar na morte de crianças por afogamento nas piscinas, as frequentes quedas das varandas e janelas sem proteção nos prédios, tudo isto por puro descuido dos pais, pois sabemos que criança nos cega e que temos que estarmos atentos toda hora. Lógico, considere-se a população total da Austrália que é de quase 22 milhões de pessoas (só isso e é desse jeito!).

Criança morrer em piscina é talvez o caso mais comum seguido pelos pais passando por cima delas com seus carros.

Piscina na prisão
As crianças são deixadas sem atendimento, sem ninguém tomando conta delas, nas piscinas de casa, apesar de todas as piscinas de casas serem cercadas por grades com portões e fechaduras. Adianta alguma coisa estas medidas de segurança? Lá mesmo elas morrem e só são descobertas muito depois, não tendo nem chance de serem ressuscitadas.

Sobre os carros passarem por cimas das crianças, como é que pode ser isso, hein, minha gente? Se você não enxerga atrás do seu carro e tem crianças (ou bichos de estimação), mande alguém ficar vigiando enquanto você sai, ou deixe as crianças sob suas vistas, ou trancadas, até você estar na rua, é ou não é?

Não dá pra ver, né?
Some-se a isso que as crianças pestinhas são frequentemente deixadas à própria sorte, incontroláveis, aprontando no jardim ou no quintal, na entrada da garagem. Pequenas, os pais não enxergam nem elas estando em pé, e passam por cima. Quando vêem, já é tarde. Não deve dar nem pra ouvir os gritos, com os vidros invariavelmente fechados, escuros, ar condicionado, som e tal.

Agora pensem o que acontece com animais de estimação? Animais atropelados são enterrados alí mesmo, no quintal ou no jardim, e ninguém vai nem saber, mas com crianças é um pouquinho mais complicado. Acidentes fatais ou negligência? Ninguém nunca leva pelo lado da negligência...

Então as crianças são criadas por aí à própria sorte. Se elas sobreviverem, sorte delas.

Porém ainda existe mais tipos de descuidos, os de morte de bebês enquanto estão dormindo, mais de 50% se devendo ao fato de dormirem com os pais, como por exemplo, algumas mães as levam para cama para amamentá-las, adormecem e acabam sufocando-as, ou até mesmo casos de casais negligentes que levam as crianças pra cama deles por pura preguiça de dar atendimento a elas e acabam dormindo por cima delas também.

De novo, esse povo daqui é educado, não tem essa de ser por ignorância ou pobreza não. É irresponsabilidade mesmo, negligência. O que vocês acham?

O caso mais famoso da Austrália correu o mundo. Um bebê foi carregado por um dingo (uma espécie de cachorro selvagem que só tem na Austrália, e que se parece com um cachorro comum) que aparentemente comeu-a todinha, literalmente. Essa mãe, que estava acampando no bush, foi processada como assassina, e demorou vários anos pra conseguir provar que o dingo realmente existiu e foi o assassino no lugar dela. Isso aconteceu lá no pé da montanha de Uluru, no centro da Austrália, o maior cartão postal daqui por ser rara uma montanha no meio do deserto.

Dingo lindo, né? Mas não ponha a mão...

Crianças que torram dentro de carros fechados sob o sol enquanto os pais foram fazer algum tipo de compra? Também é comum por aqui. Morrem asfixiadas de tanto calor. Acontece com cachorros também, mas estes, como eu disse, são enterrados em qualquer lugar e ninguém se dá conta, a não ser a RSPCA, uma instituição mantida por voluntários que luta contra a crueldade com animais.

Cachorro quente

Crianças cujos pai ou mãe os mata, principalmente depois de uma separação, e depois mata o cônjuge, e se mata a seguir, ou se matam a si próprios, ou então só matam as crianças? Aqui tem de montão, é lugar comum. É como se eles dissessem, “não pode ser meu, também não vai ser teu”.

Alguma coisa muito séria está acontecendo com as novas gerações australianas... pois que aqui na Austrália, as poucas crianças geradas ainda tem que passar por estas.