quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Os Homens Australianos

Os homens australianos se dividem em dois tipos: os pulsilânimes e os agressivos.

Os pulsilânimes tem medo de mulher, e os agressivos, bem, a palavra já explica.

Ontem quase fui vítima dos agressivos, já que vítima de pulsilânime ninguém é. 

Não é nenhuma capital de Roráima, mas é uma Boa Vista...
Estava numa esquina esperando o sinal de pedestres abrir para eu atravessar e tinha um único carro parado no semáforo. Nele haviam 4 homens numa grande algazarra bem conhecida dos jovens bêbados australianos. Fiquei apreensiva principalmente porque eles começaram a se dirigir a mim, sem ninguém ao redor. Vi que no banco de trás estavam os mais audaciosos, os quais tinham cara de oriente médio.

É importante frisar serem eles de aparência de oriente médio porque estes costumam ser os mais inconvenientes. Vocês sabem, né? Todo cidadão é considerado australiano, mas a realidade é diferente.

Assim como eu sou cidadã australiana mas me considero totalmente brasileira, a maioria dos cidadãos naturalizados australianos não se comporta como tal. Isso é óbvio porque, para nos comportarmos como australianos, seria preciso ter nascido aqui ou termos chegado quando criancinha, caso contrário é muito difícil mudar os hábitos adquiridos em outro país, ou mesmo pode não haver interesse em mudar. Mesmo que a pessoa force o comportamento australiano e até só fale Inglês dentro de casa como uma pá de brasileiros traidores da pátria, o máximo que eles conseguem é que os filhos esqueçam a língua mãe e os hábitos do país de origem e se tornem estranhos constrangidos quando vão lá visitar os parentes. 

Voltando ao cruzamento, foi quando um dos passageiros de trás daquele carro incitou o outro para abrir a porta e "me pegar". Exatamente nessa hora o semáforo abriu para eles, para a minha sorte, pois eu já estava tremendo. Eles falavam coisas entre si e para mim, mas eu não entendia, Não costumo entender nada quando as pessoas falam assim, fora do normal.

Meu marido disse que era esparro do idiota, que homens (e mulheres) se sentem fortes quando estão acompanhados de outros iguais a eles (como prova o outro incitando aquele a descer do carro e "conversar" comigo), mas aqui na Austrália existe o absurdo costume destes tais homens raptarem mulheres, não importando a idade, e lhes agredirem sexualmente, quando não abandonam seus presuntos nos córregos, canais ou valas no meio dos matos ou parques das cidades.

Não posso dizer que os pulsilânimes são os australianos louros ou carecas nativos, criados por mães feministas solteiras e liberadas, porque, no meio deles, tem muito jogador de rugby que se comporta como animal bem como certos imigrantes estrangeiros de países fora do bloco europeu ocidental, mas posso dizer que a maioria é.

Certos imigrantes não aprendem a se comportar como os nativos australianos, que costumam ter muito mais lábia e hipocrisia para cantar as mulheres quando casualmente eles arranjam coragem para isso.

Num artigo da revista GoodWeekend, também distribuido pelo jornal The Canberra Times, sobre os jovens na era da eletrônica, entrevista com rapazes mostrou que eles usam as redes sociais para conseguirem fotos das garotas sem roupas e espalharem para os amigos para praticarem o onanismo, porque em matéria de relações verdadeiras eles são todos embotados, não sabem nem como entabular uma conversa com uma delas e por isso não transam tanto quando seria de se imaginar. Já as meninas são instruídas pelas mães que não tem nada demais fazer um trabalho de soprar (blow-job) porque é o que todos os rapazes querem sem excessão, mas jamais esperem que eles façam o mesmo com elas porque não sai. Isso quer dizer que, na era da eletrônica, os jovens estão mais virgens do que nunca, resultado totalmente inesperado dos novos tempos de libertinagem e escancaramento de "selfies" e corpos nus pela internet. Suponho que isso seja bom. 

Com essa esse daí ganhava...
Aos pulsilânimes resta o recurso dos sites de namoro em que você conhece candidatos eletronicamente através da internet e depois quebra a cara seguidas vezes, se conseguir sobreviver sem se matar. 

Tiro minhas conclusões também observando os amigos da minha filha, da geração jovem. Para nós, brasileiras acostumadas com o padrão masculino que é de atacar, cantar, nos encher de atenção, tentar de tudo para nos seduzir, o australiano parece um morto-vivo. Os jovens rapazes australianos que são bem comportados me parecem muito pouco afirmativos, mas sei de outros idiotas com quem minha filha não convive pois ela é gente de bem, os quais aparecem em filmes ou são reportados por ela própria através das coisas imbecis e sem nexo que eles publicam em seus Facebooks da vida, levados por garotas ainda mais imbecis e ridículas do que eles. 

Rodrigo Faro, tem gente que não precisa dar cantada...
Ontem mesmo soube de uma garota que minha filha conhece cujos pais são separados e foi curtir os "schoolies" (veja post Diversão dos Jovens Australianos), festas para aqueles que acabaram o Ano 12 e vão entrar ou não para a universidade, a qual é realizada lá na Gold Coast. Ela foi sozinha, com a anuência da mãe e sem o pai saber. Ela nem mesmo terminou o "college" (segundo grau) ainda, pois só tem 16 anos e, chegando lá, transou com qualquer um pela primeira vez. Minha previsão é de que agora ela vai dar em cada poste e logo será mais uma felizarda neste país das mães solteiras. 

A Perfórmance do Velho

Lá vai eu a caminho da ginástica quando passo pelo bequinho cotidiano e vejo um velhinho se arrastando com uma bengala. Passo por ele, me volto e pergunto, está tudo bem com o senhor?

Essa do Zé Bonitinho é picante, elogia e pisa...
Pra que, minha filha? O velho de cerca de 80 anos se empertigou, ficou teso, me encarou e desembuchou, "é o meu joelho, ‘sweet heart’ (doce coração)... mas a perfórmance está ótima" e me agarrou pelo pescoço tão forte que eu tive que fazer uma manobra e sair por baixo e por trás, mas escapei. Tava difícil ele ter força pra mim.

Daí ele continuou falando que eu era uma pessoa iluminada, alegre, que era um raio de luz, me abraçando mais levemente desta vez, só porque eu perguntei se ele estava bem. Eu disse que ele parecia com o meu pai, que tinha o mesmo problema no joelho. Daí ele perguntou, e ele também usa esta bengalinha, e eu respondi, sim senhor, igualzinho. 

O velho estava mais bem vestido mas a
perfórmance devia ser assim...
Este velho continuou caminhando comigo até a porta da ginástica, e perguntou de onde eu era, pois não podia ser australiana. Falei que era brasileira, e ele disse, é claro, você é uma pessoa feliz. Ele falava tão alto que as pessoas passavam olhando para nós. O que eu teria feito para merecer aquela ode daquele homem no meio da rua? Desta vez ele estava com todo o respeito depois que os agarros deram em nada.

Fiquei pasma com a atitude do velho, mas de uma coisa agora estou sabendo. Os homens, principalmente os velhos, fazem questão de falar sobre como está a "perfórmance" deles.

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