Continuação...
A Queixa
Fui então encaminhada a outro telefone onde prestaria queixa formal, e assim fiz. Falei tudo o que queria, argumentei que seria minha palavra contra a da funcionária, e que eu não era palhaça para ser humilhada como a maioria dos recipientes de benefícios costumam ser por certos funcionariozinhos irresponsáveis e cruéis, pois quem está ali é porque tem necessidade e direito, pra ficar aguentando esnobações e descaso de quem trabalha para eles e para quem paga impostos.
A atendente então ouviu tudo e perguntou se eu falaria com a gerente da tal agência do serviço social. Disse que era lógico que falaria, que agora eu ia até o fim, porque tinha feito tudo certo, e eles tinham que dar conta do recado. Lógico que esta sugestão é a primeira que tira os caloteiros da jogada, que ficam com medo de enfrentar o poderio da chefia.
Pois bem, dias depois liga para casa “alguém” que mal deu pra identificar quem era, à procura da nossa filha. “Não, ela está na escola”. Segundo dia, “Não, ela está na escola”. Finalmente resolveram falar comigo e dizer que era a tal gerente do serviço social e me comunicou que encontraram os documentos e que o dinheiro da minha filha seria colocado na conta no dia seguinte. Esta pessoa e uma outra ligaram várias vezes, como que para comprovarem que nossa filha estava na escola, outra forma deles checarem os caloteiros, pois se encontrassem ela em casa, seria outra discussão, provavelmente. Finalmente quando conseguiram falar com ela, disseram que estava tudo certo.
Pouco depois chega uma carta dizendo que eu também não devia mais nada ao serviço social, e nosso filho também liga dizendo que sua ajuda de custo também tinha sido aumentada.
Veja se isso não parece um jogo de gato e rato entre um funcionário e a pobre vítima? Como é que se resolve tudo assim, de uma hora para a outra, e não se resolveu antes? Talvez seja uma estratégia deles para pegarem os caloteiros que se perdem nas mentiras, mas e quanto às pessoas honestas? Bem típico do australiano penalizar as pessoas corretas por causa de um pequeno percentual de delinquentes. Outro post neste assunto em breve!
Ora, só mesmo na Austrália, diriam uns! Mas lembram-se desta frase quando dizíamos no Brasil? Pois bem, fosse eu ficar calada e aguentar os desmandos de certos funcionariozinhos desqualificados do serviço público australiano, e nossa vida seria mais dura aqui neste país. Aliás, eu já estava mesmo querendo desistir de tanta palhaçada.
A reclamação formal não só fez eles “acharem” os documentos perdidos rapidinho, como dar tudo o que tínhamos direito e reverter uma cobrança indébita. Isso no espaço de alguns dias. Até uma ligação para nossa filha responder a uma pesquisa sobre o que ela achava dos serviços foi feita dias depois.
Ficamos até surpresos com o resultado e a rapidez. E também pensando em quantas pessoas não sofrem nas mãos destes funcionários anti-profissionais e talvez não reclamem com firmeza a quantos desmandos elas sofram, quanta necessidade elas passam, quando todo mundo sabe que o sistema é famoso por ser ludibriado por muita gente cafajeste que burla as leis durante décadas, mente e pinta o 7, recebendo muito mais do que têm direito e ficando até milionária. Quando são pegas, estas pessoas vão pra cadeia, mas e quantas não são pegas? Tem gente que prefere virar sem-teto e morar nas ruas ou nos bosques a ter que se submeter a esta humilhação.
Continua...
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