Convenhamos, é muito gostoso caminhar no centro de Sydney.
As águas do porto de Sydney são limpas e nos transmitem uma grande sensação de frescor. A atividade ao redor do porto, onde fica a “Opera House” (teatro de ópera) nos captura a atenção.
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Sydney, Baía Circular (Circular Quay) |
Meu marido, por exemplo, gosta de observar os vários tipos de barcos de todos os tamanhos. Existem as táxi-lanchas que são amarelas e rapidinhas. Existem outras espécies de “táxi” que são mais robustas e servem para passeios “radicais”. As pessoas vestem salva vidas, se instalam umas atrás das outras, e a lancha parte com tudo, numa velocidade indescritível. Provavelmente as pessoas são respingadas como nos parques temáticos.
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Táxi-lancha |
Outros barcos são catamarãs, ou barcos de transporte como ônibus, que fazem linhas definidas. Estes são grandes, verdes e beje, uma marca registrada de Sydney. Ainda não fizemos este caminho, mas podemos ir do centro para Manly, que fica na extremidade oposta do estuário que leva a Sydney.
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Barco-ônibus |
Olhando para a água na beira do cais, podemos ver milhares de águas vivas, umas espécies de guarda-chuvinhas brancos marulhando. O centro de Sydney tem água por todo lado porque ela fica situada num estuário cheio de baiazinhas, entradinhas, enseadazinhas, riozinhos, o que a torna muito navegável e lhe enche de residências e prediozinhos na beira da entrada de mar, que ali não tem ondas. Até baleia já entrou nesta grande baí
a. Nada que chegue aos pés do Rio de Janeiro, claro, mas não deixa de ter sua beleza.
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Catamarã solar |
Sydney ali é bonita por causa destas entradas “aquosas”. Elas são sempre repletas de barcos, iates, lanchas, o que empresta beleza e sofisticação. Claro que Sydney não é só aquilo. Nós, por exemplo, moramos no “inner West” (Oeste de dentro), como é chamada a região, que é conhecida por ser intelectualizada, cheia de artistas, hippies e restaurantes exóticos. Chama-se “Oeste de dentro” porque é perto do centro, em oposição ao “Oeste” propriamente dito, que se extende a mais de 40 km de distância do centro, longe pra caramba.
Muitas residências e apartamentos em Sydney têm vista que inclui rios, baías, barcos. Se você olhar nas revistas especializadas e jornais de imóveis, verá centenas de casas e apartamentos hiper-sofisticados com vistas deslumbrantes da cidade e do mar, mas essa realidade é outra, para bilionários. O engraçado é que são lugares simples para os preços que valem. Sydney hoje é considerada a cidade mais cara do mundo. Não é verdade, vive-se aqui mais barato do que em Canberra, por exemplo. O problema é só a moradia. Os preços são irreais. Mas também depende do local.
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Luna Park (parque de diversões Luna), em North Shore (costa norte) |
Sydney é uma cidade muito brilhante, clara, de aparência saudável e sem poluição. Ela não tem muitos prédios, se comparada com a maioria das grandes cidades brasileiras. Tem prédios no centro, e em alguns centrinhos espalhados que ficam distantes uns dos outros, mas a maioria dos prédios são baixos, e a grande maioria ainda é de casas. Casas velhas e estreitas, principalmente. Tão estreitas que às vezes só têm 4 metros de largura, embora a maioria seja bem comprida, muito comprida, umas tripas.
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Catamarã à vela |
As casas melhores, estilo Canberra, ficam em subúrbios afastados onde a “qualidade de vida” é melhor. Para nós, a cidade inteira tem qualidade de vida, mas para quem já mora aqui faz tempo, ainda quer mais qualidade. Nunca se está satisfeito. Tem um bairro no Oeste, por exemplo, cujas casas se parecem com as norte-americanas, grandes, ruas largas e sem muros. Alguns bairros récem-criados na periferia também são assim, mas ficam a quase duas horas do centro, considerando-se o tráfego diário.
Eles construíram um grande túnel que passa por baixo da maioria da cidade e até do rio, mas o raio do túnel só tem duas faixas de tráfego, então o funil pra entrar nele leva quilômetros de engarrafamento. Isso é meio idiota. Imagina quando tem acidente, e pára tudo.
Os ricos moram em algumas baías onde se reúnem mansões, mas nunca comparadas com a noção que a gente tem de palácio. Na realidade, são apenas casas grandes, de vários planos, meio atabalhoadas no meio umas das outras, claro, pois todo mundo quer seu pedaço, com terrenos grandes, é verdade, mas não tão grandes como seria de se esperar. A casa de Nicole Kidman, então, é uma decepção. O apartamento de milhões de dólares do Russel Crowe ao lado do Jardim Botânico é uma tristeza. Naturalmente que têm piscinas, mas piscinas tem em toda parte nesta cidade, em qualquer pequeno condomínio e simples predinhos na beira das baías. Só que as tais mansões custam pra lá de 7 milhões de dólares.
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Opera House (teatro de ópera) |
Claro que as casas dos ricos tem as melhores vistas da cidade porque ficam desimpedidas e em grandes encostas viradas para a cidade. Ricos não moram virados para o mar aberto do Oceano Pacífico. As pessoas aqui não cultuam a paixão pelo mar que nós cultivamos no Brasil, por exemplo. Talvez seja porque o mar é frio, ou venta muito, ou porque Sydney tem poucas praias no meio de pedras altas, ou porque não existem coqueiros pra dar sombra, ou porque são viradas para o Pacífico, não são “nascentes” como as praias brasileiras do nordeste já que o sol anda de lado e não no centro como perto do Equador.
O fato é que praia aqui não faz tanto sucesso nem atrai tanta gente, com excessão de Manly nos fins de semana, e Bondi que é bem pequenininha. Ou talvez seja porque não tem tanta gente afinal das contas. Enfim, diante destas praias nem a gente desenvolve muita paixão. Afinal, tem hora marcada pra estacionar, e não se vai à praia com hora marcada, a não ser na Austrália, é claro! É tudo muito organizado demais e explorador, e perde a graça.
Os pobres moram em casas surradas e caindo aos pedaços, mal cuidadas e cheias de lixo, mas pode ser em qualquer lugar da cidade. Ainda não sei se tem um lugar específico para pobres, a não ser um bairro em que predominam os aborígines, Redfern, no centro de Sydney, mas o pouco que vimos dele, se parece como qualquer outro lugar e ao redor dele tem prédios muito chiques.
Também sei que tem um bairro muito afastado, uma “town” (cidadezinha) que faz parte da Sydney metrópole onde se reúnem os imigrantes mais pobres, que vieram da África e Oriente Médio, chamado “Liverpool”. Outro bairro perto deste, concentra pessoas do Líbano, e por aí sempre tem problemas de gangues e tiroteio por causa de tráfico de drogas ou de carros roubados, estas coisas, mas estes bairros são mesmo muito afastados. Estes libaneses costumam exibir músculos enormes e são barra pesada.
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Baiazinhas de Sydney |
Existem muitos “sem-teto”, já vi muitos no centro, mas ainda não deu pra ver onde se concentra a maioria. Tenho a cidade inteira pra conhecer ainda!
Darling Harbor
“Darling Harbour” (Porto Querido) é um lugar bem legal em Sydney. Toda vez que íamos a Sydney quando morávamos em Canberra, visitávamos este lugar. Trata-se de uma área ao redor de um dos portos de Sydney, o porto Darling, claro, que tem muitas áreas de lazer.
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Shopping Center Harborside (Baira do Cais) em Darling Harbor |
Começa tendo um shopping center cuja construção é meio diferente, o Harbourside. Ele tem pequenos restaurantes e cafés que dão para um deck que dá para esta área do porto que fica numa baiazinha interna, chamada Cockle Bay. Existe uma ponte de pedestres que cruza para o outro lado da baía e por esta ponte passa um trenzinho suspenso, o Sydney Monorail. Este trenzinho serve para você se deslocar dali para outras partes do centro que ficam circunscritas neste “passeio” aéreo, que não é muito grande e também não dá muitas vistas da cidade, mas é bom pra começo de assunto.
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Harborside Shopping Centre in Darling Harbor |
O cais do shopping prossegue, passa pelo centro de convenções (“Convention Center”) e chega-se numa espécie de jardim que passa sob uns viadutos por onde circulam muitos carros, mas que a gente não vê de baixo deles, só vê as plantas e palmeiras sob os viadutos que são muito altos. Meu marido gosta de gracejar dizendo como é bom morar embaixo de viaduto aqui em Sydney.
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Viadutos sobre Darling Harbor |
No meio desta vegetação e grandes calçadas tem umas águas “inteligentes” que jorram meio estranhamente, por onde a gente pode pular por sobre elas ou entre elas. Este “parque” é cheio de esculturas “malucas” também.
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Águas malucas |
Sob os viadutos tem escadarias onde as pessoas sentam olhando para o cais com visão geral do centro de Sydney, enfim, tem muito lugar para se ficar um pouco, conversar, sem ter que pagar nada (o que é importante), uma vez que você chegou lá, porque se você foi de carro, custa caríssimo estacionar, e é cronometrado por hora, a não ser que você tenha estacionado longe, quando só tem que se preocupar com a hora, embora não tenha que pagar.
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Cais da Baía de Cockle (Cockle Bay Wharf) |
Na entrada deste porto tem um áquario, o “Sydney Aquarium”, que é um Zoo de animais marinhos, e o mundo selvagem de Sydney (“Sydney Wildlife World”), e do outro lado tem o museu marítimo (o “Australian National Maritime Museum”), que inclui um navio de guerra e uma caravela, ambos ancorados no porto e aberto a visitações.
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Dá pra ver um pedacinho do Aquarium |
Do outro lado da ponte com o trenzinho (a “Pyrmont Bridge”) tem mais restaurantes e um cinema tridimensional, o “IMAX Theatre”.
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Trenzinho aéreo na ponte de Pyrmont |
Entre este cinema e os jardins do meio, tem um laguinho com pedalinhos e mais águas “brincantes”, que jorram inesperadamente e tornam refrescante as tardes quentes do verão. O laguinho é cercado por gramados onde as pessoas se sentam, ou em mesinhas e cadeiras públicas. Também tem algumas lojas de artesanato e coisas pra turistas.
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O xadrex do cinema IMAX |
Caminhando mais chega-se a um enorme pavilhão de exposições, o “Exibition Centre”, onde acontece o Salão do Automóvel de Sydney e outras mostras. Ao longo deste pavilhão tem mais jardins em vários planos, sempre com muita água no meio e muita vegetação. Em seguida aparece um grande jardim chinês com um restaurante no meio do lago.
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Mais águas "brincantes" |
Antes deste jardim chinês tem uma imensa área gramada como se fosse um “oval” que é onde se joga “Australian Rules” (Regras Australianas), uma espécie de rugby australiano mais leve que se joga num campo oval como as bolas deles. As pessoas adoram se esparramarem neste gramado tomando sol, principalmente quando tem coisa sendo mostrada nos telões.
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Gramado "oval" |
O final deste parque/área de lazer dá em outro largo por onde passa um trenzinho de crianças que faz todo o percurso do parque e tem uma fonte de águas “engraçadas” que reagem quando você passa por elas, uma verdadeira palhaçada pra entreter adolescentes.
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Esta área andou sendo modificada... |
Depois disso vem o acesso a um mercado de tralhas, souvenirs para turistas e muita coisa chinesa, o “Paddy’s Market”. Na frente deste mercado passa o metrô de superfície de Sydney, um trenzinho tipo “tram” com dois ou três vagões, pintado com propagandas esparrentas, que faz um outro percurso pelo centro e alguns bairros “próximos da água”. É o “City Link” (Elo da Cidade). Para além do “Paddy’s Market”, encontra-se um centro de entretenimento (“Sydney Entertainment Centre”) e depois dele fica a “China Town”.
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Cockle Bay Wharf |
Vai-se por um lado e volta-se pelo outro deste parque, o “Cockle Bay Wharf”, atravessando-se a ponte Pyrmont para retornar-se aonde se começou o passeio.
Uma região realmente aprazível.
Circular Quay
“Circular Quay” (baía circular, que não é circular, mas quadrada) é o centro de Sydney, uma pequena baía que fica entre o “Opera House” e a “Harbor Bridge”, aquela ponte de arco de ferro bem antiga que atravessa de um lado pra outro o estuário de Sydney aonde acontece a queima de fogos na passagem do ano novo, a qual se pode ver em todas televisões do mundo.
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Cais da baía Circular (Circular Quay), centro de Sydney |
É muito bucólico passear por ali, o passeio paga a visita a Sydney. Sem falar na quantidade de barcos pra se observar, o povo da rua é outra atração. Tem gente de tudo quanto é jeito, o que inclui aborígines tocando os instrumentos deles em praça pública para obterem alguns trocados (pois é), vestidos a caráter, aliás, pelados a caráter, pintados com as pinturas deles no corpo, e usando tangas (não exagerem).
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Cais de Circular Quay (cais circular) |
O silêncio e o barulho da água nos cais são inesquecíveis e a atmosfera é de saúde, paz e claridade. Caminha-se no bairro chamado “The Rocks” (As Pedras) que tem uma série de restaurantes charmosos (e caros) à beira do cais num deck, atavessa-se a estação de trens que fica em frente à estação de barcos, repleta de pessoas apressadas, e chega-se no caminho para a “Opera House”, que é uma calçada larga com mesinhas, guarda-sóis e mais cafés e restaurantes, onde ficam os pontos de táxi-lancha.
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O outro lado do Cais de Circular Quay (baía circular) |
Desta posição pode-se ver a ponte de ferro, enquanto que do outro lado pode-se admirar a “Opera House” e os barcos passando o tempo todo.
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Vista para o outro lado do rio Parramatta |
Daí
já estamos na “Opera House”, que fica no alto de uma escadaria bem larga onde as pessoas sentam por horas e horas. Bordejando o teatro podemos caminhar até a extremidade que fica praticamente dentro d’água, o que dá a melhor vista de Sydney a nível de pedestre. A atmosfera não pode ser melhor, principalmente considerando-se que o ar que se desprende dali não tem cheiro ruim, o que é de se admirar. Além da “Opera House” fica o Jardim Botânico (“Royal Botanic Garden”), o qual é uma imensa área verde à beira do mar desta enseada, com grandes vistas da cidade pra todo lado, um paraíso urbano.
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Mais barcos (barco restaurante) |
A própria “Opera House” (que tem formato de casca de ovo), é uma contrução interessante e diferente, mas o melhor dela parece ser o grande largo na frente, onde as pessoas fazem tudo quanto é demonstração, inclusive tirar fotos peladas (as famosas fotos do artista Spencer Tunick). Ela tem garagem subterrânea, mas é especialmente caro estacionar lá. Não é caro para uma vez só, mas é caro para quem mora em Sydney. Não entramos na “Opera House” ainda, mas não deve ser assim tão atraente, porque estas construções arrojadas nunca são, né? São meio impessoais…
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Passeios marítimos radicais |
Do cais da “Opera House” pode-se ver todo o outro lado da enseada, cheio de pequenos prédios residenciais. Embaixo da ponte, do outro lado, e do lado oposto ao teatro fica o “Luna Park” que é um parque de diversões no estilo dos anos 40, com roda gigante, carrossel, estas coisas, entrando-se pela boca de uma grande (e assustadora) carranca cheia de dentes.
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Do outro lado do estuário do rio Parramata |
Embaixo da ponte também é muito aprazível, morar alí seria um prazer! É comum casais pararem as limusines alugadas para tirarem as fotos de casamento (outro programa de índio australiano!). É tudo muito calmo, com lindas vistas. Outro dia estavamos lá quando demos de cara com a gravação de um capítulo de um seriado de TV. No mesmo lugar vimos um “muslim” (muçulmano) estender o tapete na frente de seu carro estacionado e fazer suas orações agachado como é bem conhecido, sem ligar pra ninguém que passava.
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Embaixo da ponte Harbor Bridge |
Sob a ponte existe um barulho bem característico que é o do trem passando lá no alto das nossas cabeças, no meio daquela imensa estrutura de ferro cinza escuro, meio aterrador. Entre as bases da ponte que são feitas de pedra, fica um grande gramado, perfeito para passear. Caminhando-se mais chega-se a uma ruazinha estreita bordejada de galerias e “pubs” (barzinhos), a “George Street”. Em dia ou hora de movimento, os barzinhos são tão cheios que as pessoas ficam em pé do lado de fora com os copos de cerveja na mão, dentro de um cercado para os carros não atropelarem. Difícil de entender isso, é muita vontade desse povo.
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George Street (rua George) |
Se você caminhar na direção oposta do “Circular Quay”, você vai para o centro comercial de Sydney, onde se concentram os escritórios, lojas, comércio e hotéis. Diz meu filho que tem um complexo de shopping centers no centro que podem ser atingidos por baixo da terra. Uma vez tentamos ir num destes shoppings, mas foi muito difícil atingí-lo de carro, devido ao número de ruas proibidas de entrar, e quando conseguimos, o estacionamento era tão caro que por dinheiro nenhum nós pagaríamos aquela exorbitância, era um acinte, então procuramos logo a porta de saída do estacionamento, mas foi uma aventura achar esta tal porta. O passeio acabou sendo inesquecível porque a gente ficou se sentindo um rato.
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Rua Macquirie |
Só ratos passariam o que passamos, o tanto que tivemos que subir e descer através de túneis subterrâneos esquisitos e vazios, parecia uma montanha russa com vários andares de estacionamentos e placas de informações, acabando por nos fazer subir e subir e subir para no fim desembocarmos do outro lado do quarteirão, uns quatro andares acima de onde tínhamos partido. Coisa de louco, e pelo menos a maquininha não reclamou do ticket, apesar de estar escrito que entrou, pagou. Desistimos de ir por alí outra vez, pelo menos de carro.
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Galeria Vitória |
O que mais gostamos nas cidades que visitamos, conhecemos ou moramos, é ver como o povo vive nelas. Isso estou conseguindo. É totalmente diferente de turistas ou lugares pra turistas. Sydney está se mostrando uma cidade bem agradável de se viver, como jamais seria de se esperar. Principalmente porque aqui ainda tem clima de subúrbio antigo, onde os pequenos negócios pertencem a seus donos, e a gente pode conhecê-los todos, como uma grande família, uma verdadeira comunidade. Claro que isso não é no centro nem nas praias que atrai outro tipo de morador. O bairro onde meu filho mora, por exemplo, só tem estudantes da universidade, a grande maioria asiática.
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Povo de Sydney |
Quando se vai para o norte da cidade, atravessa-se muitas pontes. Também tem um túnel por baixo do rio, mas que graça tem trafegar em túneis onde não se vê nada (e ainda pagar pedágio por isso)?
Mais além da “Harbor Bridge”, a ponte de ferro, tem outra ponte pênsil de concreto bem maior que tem dois pilares enormes, a “Anzac Bridge”. Esta ponte oferece uma das melhores vistas da cidade que paga seu dia, se você tiver que ir trabalhar no meio de um tráfego pesado todo dia. Se você for mais ao norte, passa por mais duas pontes, todas duas com vistas incríveis dos bairros ao redor das enseadas repletas de iates e barcos de todos os tipos. Tudo muito claro e límpido.
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Ponte de Anzac |
Mas o trânsito é meio enervante. Tudo bem que os carros raramente param e ficam lá, parados, mas muitas vezes trafegam bem devagar. Depois que você pega o jeito da cidade fica mais fácil de trafegar, e principalmente quando você aprende a pegar as ruas locais para evitar as grandes avenidas, então você ganha um tempo enorme, além de conhecer tudo quanto é biboca e rua residencial e ver como é que o “sydneysider” (morador de Sydney) mora. Isso é algo que não podíamos fazer em Canberra, mas podemos fazer em qualquer outra cidade do mundo (menos Brasília, provavelmente, por ser planejada do mesmo jeito que Canberra). Cidades planejadas lhe obrigam a fazer o que os planejadores querem, ir por onde eles acham que todo mundo deve ir, sem lhe dar maiores opções de ser criativo.
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Teatro de Ópera e barcos |
Sydney é cheia de surpresas, nem sempre muito agradáveis, mas a gente pode até dar boas risadas. Um dia íamos para o shopping quando olhamos para o lado e vimos um maltrapilho em posição de soldado empunhando um rifle que não existia, atirando numa lata de lixo. Ele estava tão sério e tão compenetrado, parecendo um veterano de guerra, e vai ver que era mesmo, que desatamos a rir no carro com cena tão exótica. Outro dia subiu no ônibus uma mulher muito séria com um cachorro num carrinho de bebê, e fez um homem se levantar pra dar o lugar pra ela. Depois daquela mulher, agora vejo gente empurrando cachorro em carrinho de bebê em toda parte. De vez em quando vemos uma figura maluca assim. É uma cidade de loucos! Mas loucos mansos, até agora.
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Sydney vista da baía de Watson |
A loucura continua como no estacionamento de um shopping no centro. É um verdadeiro labirinto subterrâneo. Entupido de carros, e para trocar de andar, passa-se por corredores tortuosos que mal cabem o carro, vendo-se a hora de riscá-lo nos pilares. Uma vez tentamos uma entrada por um lado diferente. Que aconteceu? Ao invés de descermos, subimos. Como não havia lugar de jeito nenhum no meio de centenas de carros num tráfego absurdo, fomos subindo e subindo, e fomos parar num certo andar lá em cima onde achamos uma vaga, finalmente. Dali para as lojas é fácil por causa dos elevadores e andares marcados por cores.
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Arcadas de Sydney Shopping |
Fizemos nossas compras, conseguimos achar o carro, e quando descemos, simplesmente demos mais de 7 voltas em 7 andares para sair na rua. Não havíamos nos dado conta de que havíamos subido tanto, mas pra descer, parecia que jamais chegaríamos no chão. O engraçado é que do lado de fora você nem sonha que existe aquela imensidão dentro de vários prédios contíguos e unidos.
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CBD - Distrito Central de Negócios de Sydney |
Sydney tem muito shopping center, mas não são como os brasileiros, que parecem maiores e mais sortidos. No Brasil eles são uns programões, aqui eles são mais para compras mesmo, sem o glamour brasileiro nem as decorações festivas. E o pior de tudo é que os dos bairros fecham às 5 da tarde, com exceção da sexta, que fecha às 9, pode uma coisa destas? Em todas as cidades da Austrália é assim. Provavelmente porque pagar horas extras é uma exorbitância.
E eu que pensava que fechar às 4 da tarde era coisa da cidade de interior como Canberra... bem, pelo menos Sydney não “fecha” às 4 da tarde como Canberra! Em Canberra, desaparece tudo da vista e a cidade vira fantasma. Todo mundo se tranca em casa e fica tudo escuro, pois as luzes dos postes das ruas são bem sumíticas. Algumas pessoas ainda dão uma passadinha na loja que vende coisas pra casa (claro), tipo armazéns de contrução que têm de tudo o que você pensar, chamados "Bunnings", os quais ficam abertos até 9 da noite, o paraíso dos homens! O paraíso de quem sonha em ter uma casa com tudo o que tem direito.
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