Os aborígines australianos são um capítulo à parte. Não acho que eles nem de longe lembrem os nosso índios brasileiros. Os índios brasileiros parecem conviver em paz com a civilização, ora assimilando como se vestirem, ora mantendo suas culturas como em suas danças.
Mas os aborígines daqui são totalmente diferentes das pessoas comuns. Por mais que a gente queira achá-los iguais, eles não parecem se sentir assim.
A questão aborígine é talvez a mais delicada desta nação porque involve muitos sentimentos de todos os tipos. Os movimentos de resgates de suas origens e direitos estão em toda parte, não sei desde quando. Eles com certeza tiveram seus direitos escorraçados pelo homem branco quando este se estabeleceu aqui e declarou-se dono do pedaço. Eles foram tomando as terras dos aborígines e implantando suas “civilizações”, ignorando seus lugares “sagrados” e empurrando os aborígines para as áreas inóspitas da Austrália.
Bandeira aborígine |
Os aborígines australianos são negros provavelmente por causa do excesso de sol deste continente, o mesmo que acontece na África, mas os aborígines daqui não guardam semelhanças com os africanos, apenas na cor. Eles parecem ser uma raça única no mundo, e facilmente identificável por suas feições. As 145 línguas aborígines faladas na Austrália atualmente que restaram das entre 350 e 750 do século 18, também lembram as línguas africanas, mas não são a mesma coisa.
Não é para existir preconceito nem discriminação na Austrália, mas há. Eles são velados, não declarados, e as pessoas se sentem culpadas de tê-los, mas não se pode ignorá-los devido à grande diferença cultural. A Austrália, seus governos e militantes muito tem feito pelos aborígines, tanto que existem várias leis para protegê-los, o que inclui certas regalias. Tanto é que qualquer formulário que você preenche, perguntam se você é aborígine, tem parentesco com aborígine, ou é nativo das ilhas do estreito que fica entre Austrália e Indonésia, o estreito de Torres.
Os aborígines tem tanta proteção que deviam ser felizes, mas não são. Muito longe disso. Eles são muito complicados de se entender para quem está de fora de sua cultura, por isso a gente só pode falar do que ouve falar, uma vez que não temos a menor condição de viver entre eles. Os negros e índios brasileiros são muito mais “iguais” à população comum do que os aborígines na Austrália, e o fator diferencial não é a cor ou aspecto físico, mas as culturas.
Praticamente a arte australiana é aborígine. Toda a outra arte “branca” se mistura com o resto do mundo, sem identidade, mas a aborígine australiana é única. Suas pinturas são feitas de pontinhos com desenhos bem primitivos, que devem ser feitos a milênios, bem colorido. Praticamente metade de tudo o que povoa os prédios, casas, cidades, em termos de arte é aborígine autêntica.
Aborígines australianos
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Os aborígines, quando vivem em cidades grandes, tem direito a tudo o que as famílias australianas tem, mas não parecem se sair muito bem nos estudos. Para aqueles que conseguem, desaparece o estigma e ninguém os olha como aborígines ou descendentes de aborígines. O mesmo acontece com os neo-zelandêzes, que tem seus próprios aborígines conhecidos como Maoris, muitos deles com tatuagens tribais no rosto, braços ou pernas. Um time de rugby neo-zelandês dança a dança aborígine típica antes de cada jogo, e é sua marca registrada, estirando língua, com caras de demônio, e batendo os pés e mãos, como monstros ofegantes vindo arrasar com o time competidor.
Os aborígines australianos não tem isso, parecem mais pacíficos, e por isso mesmo devem ter sofrido certos horrores nas mãos dos invasores brancos. Os filhos de aborígines com brancos, ainda são considerados aborígines pela lei.
Os aborígines ou miscigenados, quando conseguem sucesso profissional, se voltam para defender a causa aborígine. O atual governo do Labor (dos trabalhadores) pediu publicamente desculpas pela “stolen generation” (geração roubada) dos aborígines pelos brancos no passado. A história desta geração roubada é a seguinte: brancos foram construir uma cerca para impedir os coelhos de invadirem a Austrália, uma imensa cerca (olha que cabeça deles!), e como se meteram no “bush” (no mato), se depararam com tribos aborígines. Longe de casa e sem mulheres, acabaram por ter filhos com mulheres aborígines, os quais eram rejeitados pelas tribos e pelos pais brancos.
O governo então teve a idéia brilhante de tomar conta destas crianças, criando-as como brancas, e então foram lá “roubar” as crianças das mães, que não tinham condições de dar a educação branca pra elas. Não se importaram com os sentimentos deles, e isso ficou engasgado nas gerações como uma grande maldade, e aquela geração é considerada a geração roubada. A intenção foi boa, mas o resultado foi péssimo.
Para consertar isso, o mínimo que o governo devia fazer era pedir desculpas em público, mas isso só foi conseguido neste governo atual, e não no governo anterior de direita conservadora.
Acontece que a vida dos aborígines é muito mais complicada do que isso. Eles são tidos como os reis do deserto ou do mato, excelentes guias que entendem a linguagem da natureza, e muitos vivem nos desertos em condições similares aos seus antepassados. Mas grande parte deles vive em cidades, do interior ou grandes cidades, como Sydney.
Suponho que sua convivência com os brancos não seja fácil, apesar de todas as proteções das leis. Eles não vivem bem, talvez porque seus valores não se adequem aos valores dos brancos. O resultado é que eles criam muitos problemas.
Aborígines australianos
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O principal problema deles são seus jovens que se drogam ao ponto de tornarem-se deficientes mentais. Eles também têm problemas de obesidade e todos os males da saúde que decorrem dela. O problema da violência doméstica parece insolúvel, eles são extremamente “mal educados”, agressivos e violentos. Eles ainda têm os rituais indígenas deles, como danças com pouca roupa, pintados como para a guerra, seus instrumentos como o didgeridoo, uma grande corneta que emite um som grosso que lembra aqueles do pantanal, produzido por chifres no Brasil. Suas danças lembram as dos índios brasileiros, em roda, batendo os pés, em filinha indiana, com batuques rítmicos e insessantes.
Uma vez nas cidades, eles podem se tornar um terror. Em Sydney e Canberra, eles são “mais civilizados”, mesmo aprontando devido a serem insatisfeitos e revoltados, mas em Perth, a cidade que fica no extremo oeste da Austrália, eles são mais pobres, mais arruaceiros, caem bêbados pelas ruas com frequência e chegam a assaltar as pessoas nas ruas e também a arrombarem suas casas. Os aborígines de Perth são arrogantes e agressivos, é melhor fugir deles.
Em Sydney, por vezes existem choques com a polícia num bairro considerado o bairro aborígine, Redfern, que fica no centro-sul de Sydney. Algumas das casas deste bairro lembram certas favelas brasileiras, com fortes grades de ferro e grandes pixações.
O filme “Priscila, A Rainha do Deserto”, que é um retrato da sociedade australiana, mostra uma festa aborígine no deserto. Este filme é sobre 3 travestis de Sydney cansados da vida de cabarés de Kings Cross, que saem pelo deserto a convite da ex-esposa de um deles que tornou-se lésbica e abriu um hotel no centro da Austrália, para levar o show deles para lá. Eles alugam um ônibus e produzem cenas antológicas no “outback” australiano, divulgando a paixão kitsh (cafona) pelos anos 70. Entre os 3 protagonistas está o ator australiano Guy Pearce como Felícia.
Arte aborígine |
Os aborígines australianos são negros mas têm o cabelo liso ou encaracolado, mas não tanto quanto os africanos e afro-brasileiros. Eles não têm uma cara de muitos amigos, mas beleza não põe mesa se eles não fossem tão mal encarados. Parecem que levam uma nuvem negra sobre suas cabeças. O filme “Eram os Deuses Austronautas” mostra bem como são os aborígines australianos, num concenso humorístico.
O governo dá dezenas de benefícios exclusivos para eles, e até casas do estilo das de Canberra, as quais eles detonam e não cuidam, e em lugar de jardins ou quintais, eles têm terreiros de galinhas, por exemplo. Seus carros também são quase sempre detonados.
Pouquíssimos aborígines conseguiram estudar e obter uma profissão de alto nível. Grande parte vive no deserto, no meio do nada, onde tem milhares de lugares sagrados e uma porção de proibições que complicam a vida deles. Até na televisão, quando vai passar alguns filmes, diz assim: o programa que vamos apresentar pode ferir os sentimentos dos aborígines, principalmente se tem referências a gente morta, que tem algo de sagrado para eles.
Não conhecemos nenhum aborígine, mas temos conhecidos alguns descendentes, que também são considerados aborígines mesmo quase sem sangue deles, o que acaba sendo uma grande discriminação, sim senhor.
Então eles são mais conhecidos pelo número de suicídios, pelas drogas que consomem ou cheiram, eles também costumam cheirar gasolina, que acaba deixando os jovens com problemas mentais pro resto da vida.
Os aborígines são o grande problema da Austrália, muito complicado para se entender. Dizem que quando eles vão presos no “outback”, eles morrem nas celas porque não podem viver longe das comunidades deles, então é preciso garantir visitas familiares com grandes privilégios que outros presos não tem. Parece que tudo o que eles vão fazer sofre o crivo dos familiares, o que os torna muito dependentes e ligados, complicando suas decisões, e tornando-os inadequados à vida normal das outras pessoas.
Todas as representações oficiais da Austrália incluem danças aborígines como parte das comemorações. Quem assistiu à abertura dos Jogos Olímpicos de Sydney há de se lembrar da grande influência aborígine nas celebrações. A cultura aborígine faz parte da cultura australiana profundamente, mas parece que isso não lhes satisfaz, e também é “coisa de branco”.
A Embaixada Aborígine
É uma piada. Os aborígines bem que mereciam uma embaixada de verdade. Mas, dependendo da época, visitantes de Canberra, turistas, ao passearem pelos imensos jardins gramados na frente do Velho Parlamento, se deparam com uma cena inusitada e tentam decifrar do que se trata. É preciso saber da história, caso contrário fica difícil de entender.
Naquela pequena parte de jardim existe sempre algo aborígine, uma tenda, uma barraquinha, que representa a “embaixada aborígine”, visto que Canberra é a cidade onde se encontram todas as embaixadas internacionais na Austrália.
Embaixada aborígine
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Mas a barraquinha é muito pobre, lembra uma barraquinha de favela, com pinturas aborígines, uma fogueira, talvez alguns aborígines, e muitas mensagens, bilhetes, coisas que só os especialistas sabem o que é, e o que significa. É uma espécie de protesto, talvez não propriamente dos aborígines, mas dos ativistas da causa aborígine.
A presença aborígine na Austrália mostra-se mais forte nos nomes dados aos lugares, ruas, avenidas, bairros, em todas as cidades, como praia de Bondi beach (pronuncia-se “bondái bitch”), bairro de Parramatta, cidade de Wagga Wagga (pronuncia-se “uaga-uaga”), bairro de Woolloomooloo (pronuncia-se “uúlumulú”), em Sydney, montanha de Uluru, bairro de Tuggeranong (pronuncia-se “tágranon”), em Canberra, etc.
Quem estiver curioso com estes nomes pode ver mais no link:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Australian_place_names_of_Aboriginal_origin
Um grupo de artistas de rua aborígines que se apresenta em Circular Quay, centro de Sydney, tocando didgeridoo e pauzinhos.
Um grupo de artistas de rua aborígines que se apresenta em Circular Quay, centro de Sydney, tocando didgeridoo e pauzinhos.
Veja mais fotos de Sydney neste blog acima.
Mais informação sobre arte aborígine neste site:
Mais informação sobre arte aborígine neste site:
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